23 de abril de 2014

Um mês depois, corpo de motorista esquartejado é enterrado em SP

Fotos da reconstituição do rosto do corpo esquartejado (à esq.) em comparação com a do motorista (Foto: Reprodução / TV Globo)
Fotos da reconstituição do rosto do corpo esquartejado
(à esq.) em comparação com a do motorista
(Foto: Reprodução / TV Globo)

O corpo do motorista de ônibus Álvaro Pedroso, que foi esquartejado e teve as partes espalhadas por São Paulo há mais de um mês, foi enterrado na tarde desta quarta-feira (23). O sepultamento ocorreu no Cemitério São Luiz, na Zona Sul da capital, segundo a administração confirmou ao G1.

Na terça-feira (22) parentes da vítima de assassinato disseram à equipe de reportagem que ainda precisavam de uma autorização da polícia para enterrá-lo.
Procurada nesta manhã, a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) contestou. Respondeu que o cadáver havia sido liberado para os familiares desde a última quinta-feira (17), quando um exame de DNA confirmou que o corpo é mesmo de Álvaro.
O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) apurava a identidade do corpo esquartejado. Para isso, comparou o material genético da filha do motorista com o cadáver.

Nesta tarde, o serviço funerário transportou o corpo de Álvaro do
Instituto Médico Legal (IML) até o cemitério, onde ele foi sepultado rapidamente. Poucos familiares teriam comparecido ao enterro.
Desaparecido
Álvaro tinha 55 anos e estava desaparecido desde 22 de março em São Paulo. No dia seguinte ao seu sumiço, foram encontradas partes do tronco e membros humanos ao lado do Cemitério da Consolação, em Higienópolis. Quatro dias depois, a cabeça foi achada na Praça da Sé. Os dois locais ficam na região central da capital.

O DHPP divulgou um retrato digital da reconstituição do rosto da vítima a partir de análise do crânio achado.
Para o departamento, Álvaro foi assassinado e a amante dele é a principal suspeita do crime. Ela é investigada por suposto envolvimento no desaparecimento e assassinato do motorista. A investigação tem imagens de câmeras de segurança de uma mulher, além do retrato falado dela. Apesar de ser procurada, sua identidade ainda não foi divulgada.

A mulher seria prostituta e teria decidido executar Álvaro porque ele não queria mais pagar o aluguel do imóvel dela. Assassinos teriam sido contratados por ela.
Cabeça é achada dentro de saco na Praça da Sé, em São Paulo, nesta quinta-feira (27). Polícia vai apurar se ela pertence a um corpo achado no domingo (23) (Foto: Adriano Lima/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)Cabeça é achada dentro de saco na Praça da Sé, em
São Paulo, no dia 27 de março.
(Adriano Lima/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)
Suspeito preso
No dia 4 de abril, a polícia prendeu um suspeito de ligação com o esquartejamento do corpo. Segundo a investigação, o morador de rua João Eduardo Jerônimo, 29, é o homem flagrado por câmeras de segurança do bairro de Higienópolis carregando um carrinho de feira com membros e o tronco.

A prisão ocorreu após a divulgação de um retrato computadorizado do suspeito de agir em Higienópolis. A imagem foi produzida a partir de cenas de vídeos registrados por câmeras de segurança de prédios da região.

João não aparece nas imagens que mostram outro suspeito carregando um saco perto da Sé, onde foi encontrada a cabeça. O G1 não conseguiu falar com o preso ou com algum advogado que o defenda para comentar o assunto.

Morador de rua, usuário de crack e com passagem pela polícia por roubo, o suspeito negou ter matado e esquartejado a vítima, mas confessou, segundo o DHPP, que distribuiu os sacos com as partes do corpo perto do cemitério.

Ele alegou aos policiais que não sabia que os pedaços da vítima estavam dentro. Também declarou que recebeu R$ 30 de um homem em um carro prata para distribuir os sacos. O suspeito estava em liberdade condicional, revogada em janeiro. Ele tinha sido condenado a uma pena de cinco anos e quatro meses por roubo. Após isso, a Justiça decretou sua prisão.

A Comissão de Segurança da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP) acompanha as investigações a pedido da polícia.
FONTE: G1